De acordo com a sabedoria popular, “a primeira impressão é a que fica”. Não que isso seja verdade em 100% das vezes, mas é fato que depois de causar uma primeira má impressão fica mais difícil conseguir reverter o quadro.
Em nosso primeiro contato com a classe no primeiro dia de aula ficará estabelecido se eles “gostam” ou não de nós. Podemos ser favorecidos nesse primeiro encontro conquistando sua simpatia ou podemos também criar muros quase intransponíveis.
Se temos que nos aproximar dos alunos – pois deles depende o sucesso de nossa empreitada de “ensinar” – criar uma atmosfera de animosidade e autoritarismo logo no primeiro dia nos dará material para dores de cabeça maiores e menores durante todo o semestre.
Mais sábio seria cativá-los no primeiro instante trazendo-os para o nosso lado, mostrando que aprender além de útil pode também ser prazeroso. Podemos motivá-los e tê-los como aliados já no primeiro dia ou podemos armá-los contra nós até os dentes, e nesse caso podemos ter a certeza de que o ano letivo será uma batalha na qual já começamos perdedores, pelo menos em número.
Não acredito em “fazer de tudo” para conquistar a simpatia da classe. Acredito em conquistar a confiança deles mostrando antes de tudo quem eu sou realmente. Se alguém simplesmente “não gostar” de mim, que seja algo pessoal e natural, e não visceral.
Ninguém é obrigado a simpatizar com ninguém, nem isso é necessário. O que precisa ficar evidente é que você está do lado deles, que seu objetivo é antes de tudo prover meios para que o aprendizado aconteça da forma mais rica e criativa possível. Deixe que eles vejam em você um facilitador, alguém mais experiente com quem sempre poderão contar, independente de simpatias e antipatias, que são pessoais.
“Não ir com a minha cara” é uma coisa; achar que eu sou uma bruxa contra a qual precisam se proteger atacando-me é outra bem diferente. Não mascaro o fato de que sou exigente, não tolero preguiça, detesto mentiras. Essa sou eu. Mas também fica claro desde o primeiro dia que – apesar de ser assim – minha preocupação é com eles, meu compromisso é com o bem-estar deles. Esse compromisso é sentido desde o primeiro momento, porque é verdadeiro.
Querer que eles aprendam e cooperem comigo não significa – e isso deixo claro – que não haverá regras, que podem fazer o que bem entendem. Significa que tudo será planejado da forma mais agradável possível para todos. Significa que tudo o que eu puder fazer para ajudar eu farei. Mas sem abrir mão da pessoa que eu sou.
Apesar de dar aulas de idiomas fica comprovado desde o início que as leis da física funcionarão perfeitamente dentro da sala de aula – ação e reação. Se fizerem o que se espera deles haverá tempo suficiente para atividades lúdicas e interessantes; se eu tiver que ficar chamando-os a todo momento de volta ao que têm que fazer perderemos tempo e não teremos atividades extras, ficaremos somente no feijão-com-arroz.
Faço pactos com os alunos e sempre cumpro a minha parte; com o tempo eles se acostumam a cumprir a deles. Eu nunca digo: “na próxima aula vou ensinar uma música”. Eu digo: “se terminarmos o que estamos fazendo com bons resultados até (estabeleço horário limite) teremos tempo para ver a música que eu trouxe hoje”. Se terminarem um minuto depois não haverá essa atividade, sou inflexível quanto a horários. Quem perdoa 5 minutos também perdoará 50, por que não?
Explico a eles que não aceitarei atrasos sem justificativa porque só me atraso se tiver uma justificativa excelente e sempre me desculpo com eles; que faltas só terão reposição com atestado, porque só falto se tiver um; que não aceito que liguem o celular em classe porque eu jamais ligo o meu enquanto fazem exercícios; que lição de casa depois do prazo tem que ser entregue e terá nota zero, porque eu jamais deixo de enviar os boletins em dia e de corrigir as provas para a aula seguinte.
Não permito palavrão em sala porque também não os uso; não permito que ponham os pés na cadeira porque também não o faço, em respeito ao ambiente onde estou; não aceitarei desrespeito porque sempre os respeitarei. As regras valem para todos e eu sou a primeira a cumpri-las.
Não deixo de colocar as regras, mas também deixo claro que teremos diversão. No primeiro dia sempre preparo atividades que os colocarão à vontade, promoverão uma atmosfera agradável, favorecerão o ensino e entrosamento mesmo com os alunos novos que são estranhos ao grupo – como eu também o sou.
Nesse primeiro encontro é importante que você tenha uma dinâmica ou jogo, se entrar diretamente na matéria o rendimento será baixo, depois de várias semanas sem contato com livros. Segue abaixo uma lista de dinâmicas já publicadas aqui no blog que podem ser do seu interesse:
Dinâmica para o primeiro dia de aula
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Zailda Coirano
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Oi seu blog é demais, axo que tdos que precisam de uma luz passam por aki e a encontram...continua por favor a pulicar essas belezinhas, com certeza vc tem mta gente se espelhando em vc
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